Funchal, de 7 a 11 de Julho

MEMÓRIA DESCRITIVA DO CARTAZ DO CONGRESSO

A estrelícia é um dos símbolos utilizados para representar, turisticamente, a ilha da Madeira.

A sua preponderância na flora local é significativa e as características ambientais deste território são propícias ao seu desenvolvimento e à sua propagação.

No entanto, a estrelícia tem a sua origem na África do Sul, pelo que não é uma planta nativa da ilha da Madeira.

A sua resistência permite que a planta prospere facilmente e que as flores tenham cores fortes e vibrantes, para além de terem uma vida útil longa. Estas características fizeram com que a estrelícia integrasse o dia-a-dia dos madeirenses e criasse raízes na sua cultura.

Deste modo, esta planta está associada aos conceitos da alegria, da prosperidade e da jovialidade.

No seu país de origem, estas flores estão ligadas à cura, física e espiritual, decorrendo desse facto a ideia de renovação espiritual, esperança, abertura, solidariedade, movimento, transformação e iluminação.

Os tons cor de fogo destas flores lembram um fogo divino, uma luz que alumia e irradia, tal como as pétalas abertas em forma de Sol.

Esta composição em raio pode ser comparada ao resplendor divino de uma auréola, à semelhança da iconografia atribuída a entidades divinas.

Enquanto a presença da cor laranja nas pétalas, aliada à composição radial, pode ser tida como uma representação de luz, os apontamentos de azul das pétalas encaram-se como uma alusão a Maria e às comuns representações no mundo artístico do seu manto em azul.

Poderemos invocar uma imagem de Maria iluminada pelo resplendor do Espírito Santo.

A verticalidade destas plantas, bem como a forma pontiaguda das suas folhas e da sua flor, associa-as ao plano espiritual e a uma aproximação a Deus, à semelhança do que acontece no estilo arquitetónico das igrejas góticas, estilizadas e diáfanas. Há uma predisposição formal natural para a elevação do pensamento e da abstração.

A estrelícia é, igualmente, chamada “Ave do Paraíso”, porque a forma da sua flor aberta se assemelha à cabeça de um pássaro exótico. Ora, os pássaros estão relacionados com o voo e, assim, chegamos a conceitos como liberdade e aventura.

Ademais, a nível formal, a flor da estrelícia assemelha-se a uma caravela, acrescentando o valor simbólico da aventura e da viagem até à ilha da Madeira, bem como do período histórico dos Descobrimentos Portugueses ou a importância cultural do barco na história geracional desta ilha.

Estas alusões a uma viagem podem ser encaradas do ponto de vista espiritual, tidas como transformações espirituais, ou de um caminhar, no sentido da tentativa de aproximação a Deus.

Ora, de certa forma, pode ser feito um paralelismo metafórico e simbólico entre o percurso de chegada e a integração destas flores na ilha da Madeira e o caminho centenário percorrido pelas Irmãs da Apresentação de Maria, que se celebra, precisamente, com a realização deste Congresso Internacional. 

As Irmãs da Apresentação de Maria são um marco comunitário graças à importância que assumem na vivência quotidiana dos seus conterrâneos. Através da resiliência, da solidariedade e do serviço que prestam à comunidade, quer no sentido da educação, quer de evangelização, as Irmãs estão intrinsecamente ligadas à História, tanto passada, quanto futura da ilha da Madeira e dos seus habitantes.

Todos estes aspetos formais e simbólicos contribuíram para termos escolhido apresentar a estrelícia como proposta de motivo principal para o cartaz do Congresso Internacional.